Após ganhar bolsa nos EUA, mineiro cria franquia de R$ 19 milhões
Nos tempos de infância, os amigos de Eduardo Pacheco se divertiam com carrinhos e bonecas. Mas ele, hoje com 41 anos, preferia outra coisa. “Eu brincava de empresário”, diz. Décadas depois, o faz de conta virou realidade. Ele fundou, há 15 anos, a Park Idiomas, franquia com 40 unidades espalhadas pelo país. Em 2014, a rede faturou R$ 16,5 milhões.
Pacheco nasceu em Uberlândia, (MG), em uma família de classe média. Sua mãe era professora de música; o pai, empreendedor. Com mais ou menos 13 anos, concluiu que o sucesso profissional estava condicionado a dois fatores: estudar no exterior e criar um negócio inovador.
Segundo o mineiro, sua família não tinha dinheiro para pagar uma faculdade em outro país. A alternativa, então, foi procurar instituições que realizavam provas de bolsas de estudo. Tentou duas vezes e não conseguiu. Nesse ínterim, entrou no curso de economia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Em vez de desistir, juntou dinheiro e foi até os Estados Unidos, pois Pacheco achava que a viagem o ajudaria a entender melhor a cultura americana e a ter um desempenho melhor nos exames. Em visita ao Middle Georgia College, uma das escolas em que havia tentado entrar, foi reconhecido por uma secretária – ela se lembrou do mineiro pela foto que acompanhava as inscrições dos candidatos. A assistente o colocou em contato com um dos diretores da universidade. “Consegui uma entrevista de meia hora e ganhei a bolsa”, afirma. Pacheco passou um ano no exterior. O conteúdo adquirido lá fora foi considerado como parte da graduação da UFU.
Após voltar ao país, a vontade de Pacheco era abrir o próprio negócio. Na ocasião, seu pai tinha um posto de gasolina e o colocou para tocar a loja de óleos do estabelecimento. “O problema é que vender aquilo era algo que não tinha nada a ver comigo.” Ao mesmo tempo, o mineiro enxergou uma oportunidade no mercado de idiomas. Por isso, largou os lubrificantes e abriu sua escola de inglês.
Foi aí que Pacheco preencheu o segundo requisito, que, segundo ele, era essencial para o sucesso. Enquanto tocava sua escola, trabalhava no desenvolvimento de um método diferenciado de ensino. “Trabalhava entre 6h e 22h. Depois disso, desenvolvia o formato especial até às 3h. Não foi fácil não”, diz o empreendedor. O método ia ao encontro do que é feito pela maioria do mercado atualmente: em vez de focar no estudo da gramática, o ênfase fica na conversação.
A Park Idiomas existe desde outubro de 2000. No ano passado, o faturamento da empresa foi de R$ 16,5 milhões. Em 2015, a meta é chegar a R$ 19 milhões.
Das atuais 40 operações, a meta é abrir 24 neste ano e chegar a 140 escolas no fim de 2017.
O que é preciso
Além dos dois requisitos já citados – estudar no exterior e criar um produto inovador – o mineiro considera essencial que os empreendedores tenham, verdadeiramente, vontade de ter um negócio de sucesso. Segundo ele, as inteligências intelectual e emocional ficam em segundo plano, pois podem ser aperfeiçoadas.
Pacheco também afirma que tal vontade é considerada um tipo de conhecimento: a inteligência volitiva, que inspirou a criação de um livro feito por Pacheco. A publicação pode ser baixada, gratuitamente, aqui. “A determinação para fazer e realizar depende de três fatores. O primeiro é a necessidade. O segundo é a paixão pelo negócio e o terceiro é a iniciativa. Quem tem muito medo não arrisca. Chega uma hora em que você tem que se jogar.”
Fonte: Revista PEGN