As mídias sociais são o destino inevitável do e-commerce?

social-commerce4Algumas ações de brindes promocionais que marcaram época, em sua maioria, eram voltadas para o público infantil. Se fizermos uma retrospectiva, veremos que esse tipo de ação perdeu força ao longo dos anos e já não compõe as estratégias de marketing direcionado ao público infantil.
Não é difícil entender o por quê. Basicamente tudo vem de uma mudança comportamental. O comportamento de seus consumidores é um fator determinante para nortear as estratégias de uma marca. Outro fator que também foi determinante na mudança da postura das marcas em relação ao público infantil foi a legislação que nos últimos anos apertou o cerco cada vez mais. Comecemos então com o comportamento desse público. Se você parar e relembrar a sua infância provavelmente, vai lembrar de ter jogado futebol, vôlei, brincar de boneca, jogar bolinha de gude, tazo, bets, amarelinha, caçador, pega-pega e um monte de outras brincadeiras legais que você já teve o privilégio de brincar.
As crianças de antigamente eram muito mais espoletas, corriam pra lá e pra cá e davam uma verdadeira canseira nos mais velhos. Com todo esse leque de brincadeiras, a tarefa de chamar a atenção dos baixinhos era algo muito mais difícil. Só restava as marcas que queriam atingir esse público um único horário, em um único veículo: A hora do desenho na televisão. Fora isso, eles estariam no quintal de casa, ou na rua, reunidos com os coleguinhas enquanto deixavam seus responsáveis de “cabelo em pé”.
Esse comportamento demandava um esforço muito maior de uma marca em relação ao público infantil, daí a necessidade das várias ações que traziam de brinde brinquedos e outros objetos colecionáveis. Daí também a necessidade de utilizar os espaços entre os desenhos que passavam na televisão para divulgar seus produtos e serviços. Mas isso só não bastava, era necessário que esses produtos estivessem ligados aos personagens favoritos da criançada, que também foi uma bela sacada da galera do marketing.
Com o passar dos anos, o acesso fácil á tecnologia e com a eclosão da era digital o comportamento do público infantil mudou muito drasticamente, e as crianças que outrora corriam, pulavam e espalhavam brinquedos por toda a casa, agora estão conectadas, e mais do que isso: Elas nasceram conectadas. As brincadeiras na rua ou no quintal deram lugar aos jogos eletrônicos, às redes sociais, aos desenhos animados disponíveis 24h por dia em diversos sites da internet ou em canais de TV a cabo. Um turbilhão de informações digeridas rapidamente pela criançada esperta, cada vez mais precoce, mais previsível. (já digo o por que).
Há quem diga que as marcas se acomodaram, mas diante das mudanças descritas até aqui, é possível enxergar que o cenário ficou muito mais simples e favorável para que as marcas atingissem seu público. Se antes atingi-lo exigia um esforço maior, hoje tudo é mais simples, basta que a marca esteja conectada a esse mundo digital que as crianças de hoje se encontram, não somente na hora do desenho, mas a todo momento, em qualquer horário, seja em uma página de jogos ou em uma rede social. O “comodismo” das marcas, no caso, é fruto da adaptação destas marcas ao “mini-consumidor” da era digital. Hoje às marcas voltadas para o público infantil focam em criar conteúdo digital, como jogos online e dicas (de saúde, brincadeiras, curiosidades,etc.) para o público infantil.
Ainda assim, todo esse bombardeio de informações sempre gerou grandes polêmicas a cerca da regulamentação da publicidade infantil no mundo inteiro. A legislação, tem sido um calo no pé das marcas nos últimos anos, no mundo inteiro. Países como Canadá, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Noruega, Irlanda, Bélgica, Áustria, Grécia, entre outros possuem um legislação totalmente voltada para a publicidade infantil, e na Suécia por exemplo, todo tipo de publicidade voltada para menores de 12 anos é proibida. No Brasil a legislação também vem se tornando cada dia mais dura.
Esta é uma batalha que já dura anos. De um lado, Governos, Ongs e associações que ressaltam que a publicidade voltada para o público infantil é prejudicial pois o alvo em questão, está em desenvolvimento juntamente com suas capacidades de diferenciar ficção de realidade, somado ao fato de que as crianças podem criar hábitos de consumo totalmente prejudiciais.
Ainda sobre esse tema a ABAP (Associação Brasileira das Agências de Publicidade) Criou o movimento SOMOS TODOS RESPONSÁVEIS, reconhecendo o poder de persuasão que a publicidade exerce sobre o público infantil, mas que também defende que esta é uma questão que não será resolvida com radicalismo (como na Suécia, por exemplo) mas sim com um diálogo entre a sociedade e as instituições pautados pela liberdade, pela responsabilidade e pela educação. Além de defender que a legislação brasileira já possui o aparato necessário para lidar com o assunto de forma eficiente e equilibrada, citando como exemplo o CONAR (Conselho de Autorregulamentação Publicitária) e os Procons que sempre atuaram na defesa do consumidor em todo o Brasil.
E você o que tem a dizer sobre o assunto? As marcas se acomodaram ou apenas estão se adequando cada vez mais a regulamentação da publicidade infantil. E será que este papel cabe somente as marcas ou somos todos responsáveis na formação das nossas crianças e incentivá-las a um consumo cada vez mais consciente? Queremos ouvir sua opinião.
Fonte: Sramana Mitra, Administradores

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