Como um vendedor tornou-se bilionário

Flávio Augusto da Silva é uma figura nada convencional. Aos 20 anos fundou uma escola de inglês, a WiseUp, sem falar nenhuma palavra nessa língua e sem dinheiro – usou R$20 mil do cheque especial a uma taxa de 12% ao mês. Oferecendo um produto diferenciado – curso de inglês para adultos com duração de 18 meses – a escola caiu nas graças do público, que tinha pressa em aprender. O modelo de franquias consolidou o sucesso do Ometz Group (Wise Up, Wise Up Teens, Wise Up Offshore, You Move e Go Getter), que no ano passado foi comprado pela Abril Educação por R$ 877 milhões (valor estimado), tornando Flávio o segundo maior acionista da Abril Educação.
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Ainda no ano passado, Flávio surpreendeu novamente. Comprou um clube de futebol profissional nos Estados Unidos, o Orlando City Soccer Club – do qual é detentor de 87% das ações. Nos Estados Unidos esse tipo de negócio – ao contrário do Brasil onde muitos clubes estão endividados e falidos – é altamente lucrativo.
O Orlando City está se preparando para entrar para a MLS (Major League Soccer) já em 2015. O novo estádio (de 25 mil lugares) vai custar US$ 110 milhões, dos quais, o governo da Flórida e a prefeitura de Orlando vão investir US$ 50 milhões, a outra metade vai sair do bolso do próprio Flávio, que ainda vai pagar mais US$ 70 milhões à MLS para que seu time faça parte da liga. (O visionário) Flávio está entusiasmadíssimo com a nova empreitada e pretende abrir uma rede de escolas de futebol nos Estados Unidos e no Brasil. A meta é alcançar 800 unidades – com respaldo no sistema de franquias – em cinco anos. Ele acredita que futuramente o esporte vai ganhar cada vez mais popularidade na terra do Tio Sam.
Harvard? Insead? FGV? Nada disso! O empresário se formou na “escola da vida”. Estudou em escolas públicas boa parte do tempo e tinha o sonho de ser militar (oficial da Marinha). Cursou dois anos de Escola Naval do Rio de Janeiro, mas não seguiu carreira. Como era muito bom em matemática, foi estudar ciência da computação na Universidade Federal Fluminense. Era agosto de 1991 e ele estava com 19 anos. Nessa época conheceu Luciana por quem se apaixonou e se casou pouco tempo depois. Movido pelo desejo de ter mais dinheiro para levar a namorada para passear decidiu procurar um emprego. Folheando o caderno de classificados no jornal, encontrou um anúncio para uma vaga na área comercial de uma escola de inglês … pediu uma gravata emprestada para o pai e foi para a entrevista daquele que seria seu emprego pelos próximos quatro anos, no qual chegaria ao cargo de diretor. Durante esse período, optou por trancar a faculdade para se dedicar integralmente à carreira.
Bom marido, bom pai, bom chefe, bom mentor … o Flávio é uma daquelas pessoas admiráveis. Tem um discurso magnético (lapidado na época em que era “apenas” um vendedor de cursos de inglês).
Flávio, tem como objetivo inspirar as pessoas, mas, ele não para por aí. Oferece mentoria – gratuita – e promove o trabalho de jovens talentosos (selecionados por ele), como a Bel Pesce (também conhecida como a menina do Vale), o querido Eduardo Lyra (fundador do lindo projeto Jovens Falcões) e o Felipe Neto – que até escreveu um livro descrevendo a experiência / importância de tê-lo tido como mentor.
Mas por que será que ele é tão admirado?
Álvaro Garnero, Luciano Huck, Alexandre Accioly, João Paulo Diniz, Marcos de Moraes, Carlinhos Jereissati, Chiquinho Scarpa, Constantino de Oliveira Júnior, e por aí vai … são tantos os empresários bem sucedidos por aqui.
Todos têm grande valor. Mas, … Flávio é o mais admirado! As pessoas se identificam com ele. Flávio fez do zero, é um DA SILVA, é “Zé do povo”, representa a esperança. Sua trajetória poderia ter sido a de qualquer um de nós – e ele quer que seja!
Para fazer sucesso não é preciso “sobrenome”…
Fonte: Claudia Augelli, Blog Mundo do Dinheiro

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