Alta de viagens impulsiona franquias de malas
Fabricantes de malas conhecidas no varejo como a Primicia e a Sestini estão entrando para o mercado de franquias com o objetivo de diversificar seus canais de vendas.
É possível abrir uma loja no segmento com investimento inicial a partir de R$ 395 mil, para uma loja da Primicia, e de R$ 400 mil para uma unidade da Sestini. Os valores incluem custos de instalação, taxa de franquia e capital de giro.
Segundo André Friedheim, diretor da Francap, consultoria especializada em franquias e redes de negócios, o momento é favorável, pois os brasileiros estão viajando mais.
“A chegada de empresas de malas ao segmento de franquias é um reflexo do aquecimento do turismo no Brasil. Isso se deve à nova classe média, que está parcelando e viajando mais”, afirma.
Cerca de 60 milhões de brasileiros viajaram pelo país em 2012, superando o recorde histórico de 58,9 milhões de 2011, segundo o Departamento de Estudos e Pesquisas do MTur (Ministério do Turismo).
As franquias de hotelaria e turismo foram as que registraram o maior crescimento no ano passado, segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising). O setor teve um aumento de 97% no faturamento, passando de R$ 2,8 bilhões, em 2011, para R$ 5,5 bilhões, em 2012.
Friedheim diz que os grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo no Brasil em 2014 e as Olimpíadas em 2016, no Rio de Janeiro, deixam o cenário ainda mais promissor para este tipo de negócio.
“As franquias de malas não são uma moda. Este é um produto que precisa ser reposto com uma certa frequência, pois estraga, e há uma tendência de os shopping centers preferirem lojas de marcas exclusivas do que as multimarcas. Isso já acontece nos Estados Unidos e na Europa”, declara.
Meta das redes é expandir rápido
Antes de virar franquia, a Primicia abriu dez lojas próprias, em 2012, para testar o modelo e formatar o negócio. No primeiro semestre de 2013, inaugurou a primeira franquia na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo.
“Como viemos da indústria, não poderíamos lançar franquias sem antes testar nosso próprio varejo junto ao consumidor final, por isso, a abertura de dez lojas próprias e uma franquia, que tem como proprietários executivos da empresa”, diz Roberto Postel, diretor superintendente da empresa.
Agora, o negócio já está pronto para comercialização, e a meta é a abertura de mais cinco franquias, ainda em 2013, e mais 21 unidades no ano que vem.
Já a Sestini irá inaugurar quatro franquias até o final de novembro deste ano no Estado de São Paulo, nas cidades de São Bernardo, São Paulo e Sorocaba. Para 2014, a meta é abrir mais dez lojas.
“Nossa estratégia é abrir um canal de distribuição e relacionamento mais próximo do consumidor. Com as franquias conseguiremos ter um contato maior com nossos clientes, entender suas demandas e atendê-los com mais rapidez e qualidade”, afirma Alexandre Benedek, diretor comercial da Sestini.
Franqueadora como fornecedor pode ser arriscado
Negócios que dependem da franqueadora como fornecedora de produtos exigem atenção do candidato, segundo consultores do setor.
Friedheim afirma que o empreendedor deve se certificar de que terá flexibilidade na negociação de preços, para que a dependência de um único fornecedor não prejudique as finanças do negócio.
A concorrência com as lojas multimarcas que vendem os mesmos produtos também deve ser considerada.
“A franqueadora tem de ter como objetivo oferecer uma experiência diferenciada para o consumidor na sua loja própria. Oferecer produtos e atendimento diferenciados, guardar linhas de produtos exclusivas para a loja da marca são boas estratégias”, afirma.
Fonte: UOL (http://economia.uol.com.br/empreendedorismo/noticias/redacao/2013/10/30/viagens-da-nova-classe-media-dao-impulso-a-franquias-de-malas-veja-negocio.htm)